Portugal em Memória surgiu como a possibilidade de reunir e apresentar diferentes relatos de pessoas que participaram de intercâmbios acadêmicos internacionais. São histórias de quem, desde o princípio, se abriu para contar memórias, reviver emoções e tentar descrever os sentimentos que emergem quando o tema é essa volta, sempre delicada, a uma experiência que, para muitos, parece quase impossível, mas que, para aqueles que têm a oportunidade de vivê-la, é transformadora.

    A proposta deste trabalho é, além de apresentar as narrativas de estudantes que participaram da mobilidade acadêmica, dar voz também a relatos de mulheres que decidiram imigrar. Faço isso porque, enquanto mulher, mesmo sem ter ido com o objetivo da imigração, convivi com muitas que deixaram suas casas, suas famílias e suas raízes em busca de educação, de superação, de novos desafios e de condições de vida melhores, possibilidades que, infelizmente, nem sempre são tão acessíveis no Brasil.

    Portugal em Memória é esse espaço onde as pessoas puderam descrever como foi todo o processo: os medos, os encantos, os desafios e as descobertas. É, também, uma ferramenta que pode inspirar futuros intercambistas a se lançarem nessa experiência, além de despertar, mesmo que através de uma tela, a curiosidade do leitor, seja para conhecer uma cidade, viver uma mobilidade acadêmica ou, no caso das mulheres imigrantes, encorajar outras pessoas a buscarem uma vida melhor, caso esse seja seu sonho, apenas aguardando um impulso.

    Este trabalho apresenta a memória como a principal ferramenta, capaz de resgatar e trazer à tona o turbilhão de sentimentos que é viver diferentes situações em outro continente, sejam elas boas ou não. A intenção é revelar não apenas as ideologias primárias, mas também o “pós” dessa vivência; é, de fato, provocar sonhos, mover afetos e aguçar a curiosidade.